O Silêncio dos Inocentes

"Bem, Clarice, os cordeiros pararam de gritar?" - Dr. Hannibal Lecter. Essa foi a frase que marcou o clássico O Silêncio dos Inocentes.

É difícil mostrar todos os motivos para esse filme ser tão bom, já que nele tudo é bom, desde a produção até a maquiagem.

No longa, a estagiária do FBI Clarice Starling (Jodie Foster) tem a missão de consultar o psiquiatra psicopata canibal e homicida Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) a fim de coletar informações sobre um novo serial killer que está à solta. Trata-se do assassino conhecido como Buffalo Bill (Ted Levine), caracterizado por um peculiar modo de matar.

Com uma direção esplêndida, o diretor Jonathan Demme opta por um estilo muito interessante e muito comum nos filmes de suspense e terror, que é o famoso "câmera na mão", caracterizado por apresentar um ponto de vista de um personagem da cena, fazendo com que nos aproximemos da pessoa em questão. É um excelente recurso para dar um "ar" de suspense e subjetividade.

Não tem como deixar de falar das atuações. O delicado trabalho que fizeram com os protagonistas foi realmente magnífico. Jodie Foster representa perfeitamente a personagem Clarice Starling, uma mulher forte, que possui um passado tenebroso, e que ainda está rodeada por um mundo machista (vale lembrar a cena em que ela e seu chefe Jack Crawford (Scott Glenn) estão naquela casa para ver o corpo de uma das vítimas de Buffalo Bill). Anthony Hopkins, mesmo com pouquíssimas aparições, consegue construir um ser misterioso, louco e medonho apenas utilizando suaves expressões faciais e seu jeito de falar, e ainda com uma ajuda da maquiagem pálida. Não é à toa que ambos ganharam os prêmios de Melhor Ator e Atriz do Oscar de 1992.

Anthony Hopkins como o medonho Dr. Hannibal Lecter. Como não ter medo desse olhar?

Quanto ao roteiro: muito bem feito, nada muito complexo em relação à estética, contudo construiu bem a protagonista, é notável a composição de personagens esféricos, o que tornou o filme mais interessante.

Portanto é um filme fantástico do gênero, sem dúvida um dos melhores longas de terror que já assisti. Certamente mereceu vencer o Big Five do Oscar, os cinco prêmios de maior prestígio do festival mais famoso do mundo (Melhor Filme, Ator, Atriz, Diretor e Roteiro). Assim como O Exorcista, é um dos raros filmes de terror que concorreram a diversas premiações da indústria cinematográfica. Assustador e envolvente, O Silêncio dos Inocentes é um filme emocionante, ímpar e inigualável.

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