domingo, 10 de julho de 2016

Procurando Dory (2016)

Depois das sequencias desastrosas de Carros (Carros 2) e Monstros S.A. (Universidade de Monstros), Procurando Dory veio para quebrar esse paradigma de que não é somente Toy Story que tem continuações muito boas. Entretanto, o filme ainda possui seus problemas e por vezes não é tão bom quanto Procurando Nemo.

Apesar de terem sido 13 anos de espera até essa continuação, o longa se passa apenas um ano após os acontecimentos de Procurando Nemo. Dory (Ellen DeGeneres) agora mora junto com Marlin (Albert Brooks) e Nemo (Hayden Rolance), e também frequenta a escola, mas quando lembra que se perdeu de seus pais há muitos anos atrás, a peixinha azul favorita do público toma as rédeas do papel principal e atravessa o oceano até chegar à Califórnia, no Instituto de Vida Marinha - o último lugar que vinha a sua memória em que estava com seus pais.

Falando em números, este é tão bom quanto o primeiro filme. Procurando Nemo foi um sucesso de bilheteria, faturando aproximadamente 937 milhões de dólares no mundo inteiro; foi a 2ª maior bilheteria mundial de 2003 - perdendo apenas para O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei - e hoje ainda é a 35ª maior de todos os tempos e a 2ª dentre todas as animações da Pixar, sendo Toy Story 3 a primeira. Ademais, atingiu uma nota de 8,1 no IMDb, 99% de aprovação no Rotten Tomatoes e venceu o Oscar de Melhor Animação de 2003. Enquanto isso, Procurando Dory está quebrando vários recordes: juntou 140 milhões de dólares no fim de semana de estreia nos EUA, tornando-se a maior bilheteria de estreia de um filme de animação, já no fim de semana anterior foram mais 40 milhões e na primeira semana no Brasil faturou por volta de 23 milhões. Ao todo, nos Estados Unidos o filme ultrapassou Frozen - Uma Aventura Congelante, que adquiriu 400 milhões de dólares, alcançando 408,5 milhões, enquanto que mundialmente já foram 603 milhões. Ainda não se encontra no ranking das maiores bilheterias de todos os tempos, mas ameaça chegar entre as primeiras, assim como bater outros recordes. Conseguiu 7,9 no IMDb e 95% no Rotten.

O filme em si é maravilhoso, a direção de Andrew Stanton e Angus MacLane é ótima, mas quanto ao roteiro não é tudo isso. A estética é muito semelhante à do Procurando Nemo e Nemo torna-se muitas vezes um personagem chato e dispensável. Além disso, a história é Marlin e Nemo atrás de Dory, e esta atrás dos pais, só que, com o desenrolar do filme, foca-se mais na procura pelos pais da peixinha azul, tanto que um crítico do site do G1 fez um trocadilho, falando que o título deveria ser "Dory Procurando", o que se encaixa perfeitamente com o contexto.
Hank (Ed O'Neill), o polvo conquistou o público, e Dory (Ellen DeGeneres)
Por outro lado, ambos os filmes mostram peixes com problemas humanos e de inclusão na sociedade, como peixe com perda de memória, tubarões que evitam comer peixes etc. A diferença é que Procurando Dory é mais incisivo neste aspecto, apresentando Destiny, a baleia míope, Bailey, o beluga que não tem autoestima, Hank, o polvo com estresse pós-traumático depois de perder um de seus tentáculos, e Geraldo, o leão marinho retardado. Exceto Geraldo, que acaba sendo apenas uma ponta para risos, todos esses outros personagens acabam se transformando em grandes amigos, o que acaba carregando esta mensagem para as crianças de entender e respeitar as diferenças, de que o fato de uma pessoa possuir uma deficiência física não faz com que ela seja superior ou inferior em relação aos outros.

Pixar

Antigamente era um setor da Lucasfilm, porém foi comprada por Steve Jobs em 1986 e então instituiu o nome Pixar. Começou produzindo apenas alguns curtas-metragens, mas ao mesmo tempo com seus altos investimentos em tecnologia revolucionou o jeito de fazer animações, produzindo longas de altíssima qualidade, começando por Toy Story: Um Mundo de Aventuras em 1995. Durante muitos anos esteve em parceria com a Walt Disney Pictures até ter sido comprada pela mesma em 2006.

Seus filmes usualmente são muito elaborados em todos os aspectos, seja no design gráfico como no roteiro. A ideia da Pixar é sempre passar uma mensagem, algo como uma lição de moral, para as crianças da maneira mais simples possível, levando, então, muito tempo para um longa ser lançado. Em decorrência disso, é muito estranho um filme da empresa ser mal recebido pela crítica. No Rotten Tomatoes, por exemplo, são pouquíssimos os longas com um nível menor que 90% de aprovação, são eles: Valente (79%), Universidade de Monstros (78%), O Bom Dinossauro (77%), Carros (74%) e o menos apreciado de todos, que é Carros 2 (39%).

A saga mais importante da Pixar é sem dúvida Toy Story, não só por causa de sua importância histórica como também por ter marcado a infância de uma geração que tinha a mesma idade que o personagem Andy, o dono dos brinquedos como Woody e Buzz Lightyear, e que cresceu e se despediu deles em Toy Story 3. Ademais, é a saga mais apreciada da empresa pela crítica - sendo que os dois primeiros filmes possuem 100% de aprovação e o terceiro, 99% no Rotten.

Há pouco tempo atrás, a companhia anunciou suas próximas animações até 2019, sendo apenas uma história original e outras três sequências de longas já lançados. São eles: Carros 3 (2017), Coco (2017), Toy Story 4 (2018) e Os Incríveis 2 (2019).


Procurando Dory é, portanto, um filme tão bom quanto os outros da Pixar, mas que não surpreende, nem decepciona quem assiste, apenas satisfaz.

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Geraldo, o leão marinho esquisitão, à esquerda e outros dois leões marinhos à direita na imagem

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